domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mercado de Trabalho VERSUS Juventude


Existem definições modernas que dão um meio-entendimento sobre essa tal "globalização" em que o mundo passa. São resultantes do avanço das tecnologias, as formas de produção também estão cada vez mais complexas, as políticas de sustentabilidade, os avanços no debate do direito do trabalho. A era das máquinas, a era da informática, da mecanização,dos conceitos econômicos, dos fóruns internacionais. Mas algumas perguntas estão sempre voltando as mesas de debates: E os jovens?

O que o mundo da busca por resultados denomina como "estar dando passos positivos por uma busca ideal dos resultado" na verdade é um desejo de dominio de mercado cada vez mais ganancioso. A empresa X concorre em seu campo de atuação com várias outras; quem já leu algum artigo sobre isso, alguns estudiosos da área dizem que o Brasil precisa ser mais competitivo para melhoria de seus produtos internos até concorrer com produtos externos (os importados), outros dizem que as "exportações devem ser encaradas como uma continuidade e como embaixadores".

Essa busca desesperada por melhores resultados está coberta por um manto boas perspectivas, de uma satisfação do cliente, a construção de novo link e expansão dos negócios, e para uma grande parte da sociedade novos empregos. Então para que tudo isso dê certo precisamos de investimento, e um investimento forte, significante, que consiga alcançar os ideais pretendidos, uma boa qualidade e uma severa administração dos recursos, com reaproveitamentos, políticas sustentáveis e uma comunicação com tom de satisfação onde ninguém saia perdendo, nem os produtores e seus colaboradores e nem o cliente final e os consumidores.

Pesquisas informam que os produtos estrangeiros são os mais consumidos, produtos chineses, japoneses, americanos e a lista é grande. Os produtos nacionais perdem por uma diferença que alguns passaram a repensar onde pode-se melhorar (famosa frase para traduzir: Onde está o erro?). Em uma pesquisa realizada no ano passado sobre o consumo de produtos estrangeiros mostrou que um quinto do que é consumido no país é estrangeiro (21,8% no terceiro trimestre do ano) - a concorrência está acirrada!

O debate sobre isso é complexo e cada vez que se aprofunda é que se observa coisas novas, detalhes minuciosos que provocam uma diferença bastante considerável. E vem outra pergunta, os jovens estão conseguindo acompanhar?

Essas evoluções monstruosas nas formas de produção conectadas também é outro tema nessa discussão. Bem, assim,como nas antigas revoluções industriais tudo era muito novo ou muito recente, máquinas de tração humana ou animal davam lugar as máquinas à vapor, movidas por enormes engrenagem. Imagina-se o susto da sociedade agora ter que aprender, surgiam ali novas profissões que para aquele momento era muito mas muito necessário para movimentação daquelas engrenagem.

Então, quem instalaria as máquinas no galpão, cadê o profissional? Se a máquina quebrar ou sua manutenção, cadê o profissional? E a forma de manipular a máquina para produção, cadê o profissional? Quem vai supervisionar a saída do produzido, quem vai gerir as embalagens, quem vai estocar, quem vai supervisionar o pessoal? Enfim, perceba quantas demandas eram necessárias para tocar uma fábrica de alfinetes na antiga França.

Pensavam ali, podemos conjecturar, numa capacitação de profissionais, claro à maneira da época. Óbvio que defronte a uma nova circunstância, (o que eles chamam de "desafio") era apavorante! Pois a forma de produzir mudou! departamentalizou tudo, dividiram-se as tarefas, cada qual tinha uma atividade que lhe atribuía uma certa responsabilidade a mais ou menos ou era tudo muito importante para eles afinal estamos falando de ganhar dinheiro e quando o assunto é ganhar dinheiro tudo é muito importante até mesmo falar em salvar o planeta, ganhar créditos no mercado por ter "cota para poluir" e se não o fizer a multa é grande e eles talvez não pensem no planeta mas pensam na multa, saída de dinheiro, despesas... Não é sarcasmo, é a mais pura realidade!

Vamos criar uma linha do tempo, acho que sai melhor dizer: crie um paralelo entre as revoluções sofridas no mundo naquela época e as revoluções sofridas no mundo de hoje. Dá para notar esteticamente que mudou muita coisa, Só não mudou algo: a ganância!

Talvez essa ganância recaia na história de Darwin sobre a luta dos animais pela sobrevivência. O pensamento para alguns evoluiu muito daquela época para os dias atuais. Por exemplo, as questões das leis trabalhistas foram muito evocadas e construiu-se um pensamento "microscópico" (Taylor) à respeito do operário. Eles são importantes, eles têm sentimentos, têm necessidades, têm sonhos, também querem alcançar um lugar no mundo do trabalho e por diante dar continuidade a sua carreira profissional e pessoal. Será que não é isso que se é divulgado quando a pergunta de novo fala nos jovens?

Os jovens se tornam uma pedra no sapato do Estado, em 2013 o número de jovens para ingressar no mercado de trabalho foi imensa e que numa pesquisa realizada revelou que 70% dos jovens dizem que não se sentem preparados para o mercado de trabalho. Vamos colocar as antigas revoluções industriais no meio da conversa. Diz historiadores que existiam jovens trabalhando nas enormes fábricas, por longos períodos de trabalho desgastante, sem um amparo legal por acidentes, seguro desemprego, férias, fixação de salário minimo e outras ilusões criadas pelo Estado.

É possível então afirmar, se naquela época, começo de tudo, onde a crise socioeconômica era gritante, será que os jovens da época também não sentiram o mesmo calafrio que os de hoje sentem? O acesso a informação na época era escasso... A pesquisa continua mostrando as dificuldades de região para região em inserir esse jovem no mercado de trabalho e que a culpa, segundo os entrevistados nesta pesquisa, estava nas faculdades.

Se entende o sentimento de culpar as escolas, faculdades e cursos porque são elas que formam o profissional. Mas chegou a se perguntar se as exigências do mercado de trabalho não estão sendo desumanas com os jovens de um país emergente com deformações políticas vergonhosas?

Essa pesquisa apresentou um tom de inferioridade dos entrevistados. De certo não é a realidade de todos, não é a opinião dos milhões de jovens brasileiros, dos 1,1 milhão de jovens ociosos entre os 13 aos 18 anos de idade (pesquisa Unicef). Existe hoje em dia um verdadeiro arsenal para quem quer se profissionalizar, Ora, hoje em dia escolas técnicas espalhadas por ai, programas de inclusão ao ensino superior, cursos e mais cursos, cada esquina agora tem uma faculdade mas o mercado continua dizendo que com muita dificuldade encontram um profissional no perfil por eles adotado.

Há comentários que diz: "não faz uma faculdade hoje quem não quer". Seria isso realmente verdade? Porque as pessoas não comem, não vestem mais, não adoecem, não se deslocam para nenhum lugar... e os comentários continuam: "ah! se você for pensar nisso você não faz nada". De certo a pessoa que pensa assim está certa e infelizmente ela talvez saiba que faz parte do grupo de pessoas que o mercado quer ver mais dela! Ela não se deu conta ainda que está na fôrma e essa fôrma não vai deixa-la mais profissional, na verdade vai escraviza-lá a dar ganhos a corporação num salário pré-fixado em lei que diante de tantas variações econômicas e financeira o salário é troca de trabalho por comida o que não era tão diferente assim nas antigas revoluções industriais.

Por Gabriel Alex.

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